A transição energética deixou de ser uma tendência para se tornar uma necessidade. Neste contexto, o novo aviso SIAC – Descarbonização surge como uma oportunidade para reforçar a capacitação das empresas portuguesas rumo a uma economia mais verde, eficiente e sustentável.
Este apoio financeiro, enquadrado no COMPETE 2030, destina-se a promover ações coletivas de capacitação, com foco na redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) e eficiência energética, dotando as empresas de ferramentas e conhecimento para enfrentarem os desafios da descarbonização.
O incentivo SIAC – Sistema de Apoio a Ações Coletivas, tem como finalidade central apoiar a transformação do tecido empresarial nacional, promovendo a adoção de práticas mais sustentáveis, com menor impacto ambiental e alinhadas com os compromissos nacionais e europeus em matéria de transição climática. Pretende-se que as empresas adquiram competências, acedam a ferramentas adequadas e desenvolvam condições para implementar alterações significativas nas suas operações, contribuindo de forma efetiva para a redução das emissões de gases com efeito de estufa e para uma utilização mais racional dos recursos naturais.
Este instrumento de apoio público não contempla iniciativas de natureza individual, ou seja, não se aplica a projetos promovidos por uma só empresa, estando exclusivamente direcionado para intervenções coletivas que mobilizem um conjunto de atores económicos e institucionais, fomentando mudanças estruturais e duradouras nos métodos de produção, nas formas de organização e nos padrões de atuação do setor empresarial.
O foco principal deste aviso é certo: preparar, apoiar e dotar as pequenas e médias empresas (PME) de meios adequados para enfrentarem os desafios associados à transição energética e ao processo de descarbonização da economia.
Pretende-se que estas empresas adquiram as competências necessárias para adotarem práticas mais sustentáveis, reduzindo progressivamente a sua pegada carbónica e aumentando a eficiência na utilização dos recursos energéticos.
Para tal, o aviso promove a disseminação alargada de conhecimento técnico e científico, o reforço das capacidades internas das empresas, bem como a criação de condições para a adoção e integração de tecnologias inovadoras e mais limpas nos seus processos produtivos. O objetivo é impulsionar uma melhoria efetiva e mensurável no desempenho ambiental das PME, contribuindo para a modernização do tecido empresarial e para o cumprimento das metas nacionais e europeias em matéria de sustentabilidade e neutralidade carbónica.
Promover o acesso a soluções tecnológicas e processos mais limpos e inovadores;
Capacitar as empresas para reduzirem as suas emissões de GEE;
Aumentar a eficiência energética nas operações empresariais;
Sensibilizar e orientar as PME para a transição ecológica, através de informação, formação e apoio técnico.
O presente aviso aplica-se às regiões NUTS II do Norte, Centro e Alentejo, o que significa que cobre uma parte expressiva do território de Portugal continental, abrangendo áreas com diferentes características económicas, sociais e ambientais. Este enquadramento territorial permite apoiar um leque diversificado de iniciativas, tendo em conta as especificidades de cada região e promovendo uma abordagem territorialmente equilibrada no acesso aos apoios disponíveis.
Neste contexto, são consideradas elegíveis as operações que se realizem integralmente numa única região, designadas por operações monorregionais, bem como aquelas que, pela sua natureza ou objetivos, se desenvolvam em mais do que uma região, sendo neste caso classificadas como operações multirregionais. Esta possibilidade de elegibilidade para diferentes tipos de operações permite uma maior flexibilidade na conceção e implementação dos projetos, facilitando a cooperação inter-regional e o impacto mais alargado das intervenções apoiadas.
São consideradas elegíveis, no âmbito deste aviso, as ações que estejam devidamente alinhadas com os objetivos definidos no Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030) e no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNBC 2050). As tipologias de iniciativas elegíveis incluem:
Ações que visem identificar e divulgar soluções tecnológicas mais sustentáveis, inovadoras e com baixas emissões de carbono, bem como alterações nos processos produtivos que contribuam para a redução do impacto ambiental. Estas iniciativas devem promover tanto o conhecimento como a capacitação para a adoção destas soluções por parte das empresas.
Iniciativas direcionadas para a promoção da descarbonização, com especial enfoque nas Pequenas e Médias Empresas (PME) e nos setores ou atividades com maior intensidade carbónica.
Projetos que fomentem a eficiência energética e o recurso a fontes de energia renovável, contribuindo assim para a transição verde e para a concretização da meta da neutralidade carbónica.
Iniciativas que valorizem o potencial endógeno das regiões abrangidas pelo apoio, nomeadamente através do incentivo à produção de energia limpa com base em tecnologias ou fontes que ainda não se encontram amplamente difundidas.
Ações de capacitação dirigidas ao tecido empresarial nacional, com o objetivo de melhorar o desempenho energético e ambiental das empresas, dando particular atenção à descarbonização e à eficiência na utilização da energia.
Projetos que promovam uma mudança estrutural no modelo energético de empresas, setores, fileiras ou clusters, através da identificação de um conjunto de ações que, quando implementadas, permitam alcançar uma redução média de, pelo menos, 30% nas emissões diretas e indiretas de gases com efeito de estufa, em comparação com os níveis anteriores à intervenção.
Dotação fundo indicativa disponível neste aviso | Fundo | Taxa máxima de cofinanciamento |
COMPETE 2030 –10.000.000 € | FEDER | 85% |
Dotação Total: 10.000.000 €
O período para apresentação de candidaturas ao presente incentivo decorre entre 30 de abril de 2025 e 30 de maio de 2025, até às 17h.
Este prazo limitado exige uma preparação atempada e rigorosa por parte das entidades interessadas, especialmente tendo em conta a crescente procura por instrumentos de apoio financeiro destinados à inovação, modernização e valorização dos ativos estratégicos das empresas.
É fortemente recomendável que inicie já o processo de recolha de informação e preparação da documentação necessária, de modo a garantir que a sua candidatura esteja completa, bem estruturada e alinhada com os critérios de avaliação definidos.
Dado que os fundos disponíveis são limitados e sujeitos a elevada concorrência, a antecipação na submissão da candidatura poderá representar uma vantagem significativa no processo de decisão. Agir com rapidez e estratégia é essencial para assegurar o acesso ao apoio e para reforçar a competitividade da sua organização num contexto cada vez mais exigente.
A descarbonização no contexto empresarial deixou de ser uma escolha voluntária para se tornar uma exigência incontornável da atualidade.
A crescente pressão ambiental, os compromissos assumidos a nível nacional e europeu e a urgência em reduzir a dependência de fontes energéticas fósseis impõem uma transformação profunda nos modelos de produção e gestão das empresas.
Neste enquadramento, o aviso SIAC – Descarbonização surge como uma iniciativa concreta e estruturada para dar resposta aos desafios colocados pelas alterações climáticas e pela imperiosa necessidade de tornar o tecido empresarial português mais preparado, mais eficiente na utilização dos recursos e orientado para a sustentabilidade a longo prazo.